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Trabalhadores em educação serão multados por fazer muito barulho em protesto

Foto: Adalberto Domingos Foto: Adalberto Domingos

O Simted (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Dourados) receberá multa por poluição sonora devido ao barulho realizado durante protestos no CAM (Centro Administrativo Municipal). O fato aconteceu em manifestações realizadas no local e de acordo com o Imam (Instituto do Meio Ambiente) foi constatada a prática irregular de emissão de som.

Segundo o diretor do Instituto, Upiran Gonçalves, a emissão de ruídos não pode ultrapassar 60 decibéis e foi constatado em vários locais que esse limite foi excedido por conta do som alto. Ele cita que os registros aconteceram na sexta-feira (24) e nesta terça-feira (28) o que inicialmente gerou notificação ao sindicato.

"O volume dos decibéis chegou a 70, 72 em vários pontos do CAM e isso é contra lei, gera a perturbação do trabalho dos servidores ali. O Simted foi notificado, inclusive eu conversei pessoalmente sobre a situação, se tivessem se posicionado um pouco mais distante com itens menos barulhentos, não aconteceria isso", disse. Upiran ressaltou que o Instituto não se opõe aos movimentos de protestos e que medidas como estas acontecem com foco no bem comum e nas determinações legais. "O Imam respeita o direito de movimentos grevistas, mas a aplicação acontece devido a isso não pode interferir no trabalho dos outros como manda a lei", pontuou.

O Simted se manifestou sobre o fato em nota encaminhada a imprensa na tarde desta terça-feira (28). No texto, o sindicato afirma que a medida "não passa de uma questão política", que aconteceu por meio de uma "manobra".

"O secretário de Administração, João Azambuja, pediu para receber uma comissão do Comando de Greve. Chegando à reunião, os educadores foram recebidos pelo administrador e pelo diretor-presidente do Imam (Instituto do Meio Ambiente de Dourados), Upiran Jorge Gonçalves que relatou que a administração solicitou uma medição do volume do protesto dos professores e que uma notificação ao Simted sobre perturbação e poluição sonora seria realizada", diz o texto.

Os educadores pontuam como motivos do protesto o fato de, segundo eles, estarem há dois anos sem a Lei do Piso de 20 horas para o Magistério, a reposição salarial do grupo administrativo e correção da inflação durante esse período. Previstos em lei e acordos, a prefeitura não honra os compromissos com a Educação. O Imam não divulgou o valor da multa que será aplicada ao Simted.

Fonte: Dourados News

OUTRO LADO

O SIMTED viu essa atitude como uma tentativa de calar os grevistas. Veja o release enviado pelo sindicato:

Os trabalhadores em Educação de Dourados (MS) estiveram mais uma vez no CAM (Centro Administrativo Municipal), na manhã desta terça-feira (28), cobrando diálogo com o prefeito Murilo Zauith, mas foram recebidos com uma tentativa de calar o movimento grevista.

Após assembleia, os educadores foram para o pátio da prefeitura por volta das 09h30. Com faixas, cartazes e discursos, os manifestantes pediam que Murilo cumprisse os acordos salariais com as categorias de professores e administrativos da Rede Municipal de Ensino.

Há dois anos, os trabalhadores estão sem a Lei do Piso de 20 horas para o Magistério, a reposição salarial do grupo administrativo e correção da inflação durante esse período. Previstos em lei e acordos, a prefeitura não honra os compromissos com a Educação.

Numa manobra, o secretário de Administração, João Azambuja, pediu para receber uma comissão do Comando de Greve. Chegando à reunião, os educadores foram recebidos pelo administrador e pelo diretor-presidente do Imam (Instituto do Meio Ambiente de Dourados), Upiran Jorge Gonçalves.

O responsável pelo instituto relatou que a administração solicitou uma medição do volume do protesto dos professores e que uma notificação ao Simted sobre perturbação e poluição sonora seria realizada.

Na oportunidade, a presidenta do Simted, Gleice Jane Barbosa, questionou o fato de a lei ambiental ser cumprida e as leis da Educação estarem sendo desprezadas pela Prefeitura de Dourados.

Gleice salientou que tudo não passa de uma questão política. Segundo ela, o prefeito tem a oportunidade e a possibilidade de encerrar a greve, cumprindo os compromissos firmados com professores e administrativos, mas prefere tentar silenciar o movimento legítimo, aplicando uma medida através do Imam e desprezando a lei da Educação.

O secretário de Administração não quis discutir a possibilidade de a prefeitura cumprir os acordos salariais e a comissão saiu da reunião decepcionada com a ausência de diálogo. A tentativa de calar o movimento dos educadores será levada para discussão em assembleia.

A presidenta disse ser difícil conseguir explicar para a categoria que uma lei para silenciar a luta dos trabalhadores seja cumprida com extrema rapidez e a lei para uma Educação de qualidade e que garanta a comida na mesa do trabalhador seja completamente desprezada pelo prefeito.

Na manhã desta quarta-feira (29), os grevistas devem voltar ao CAM para reivindicar a garantia de seus direitos.