Clube da Insonia
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Com Ionam

Professores de escolas indígenas não recebem há 4 meses

Salários com quase quatro meses de atraso. Essa é situação dos professores contratados para as escolas municipais das aldeias indígenas do Distrito de Taunay, em Aquidauana. Diante da falta de posicionamento do poder público, os educadores realizaram protesto nesta quarta-feira (22) em frente à prefeitura. Junto com lideranças indígenas, reivindicavam a presença do prefeito para conversarem.

A situação se estende em pelo menos sete escolas localizadas nas aldeias do município, mas segundo os professores presentes no manifesto, os profissionais da zona urbana estão recebendo corretamente. Outros assuntos foram colocados em pauta, como a falta de transporte escolar, merenda e as péssimas condições dos prédios. Depois de se reunir com o seu secretariado e com representantes do Sindicato dos Profissionais em Educação do Município, Simted, o prefeito José Henrique Trindade, atendeu a todos, conforme solicitado.

Rodeado por policiais ouviu os professores, lideranças e se comprometeu resolver a situação o quanto antes, determinando solução imediata à Gerente Municipal de Educação, Gleide Godoy. José Henrique admitiu que houve falhas. " Temos que reconhecer a culpa e realizar o pagamento. Nesta quinta-feira (23) vamos depositar um mês e no dia 5 de julho será pago dois meses. Vamos normalizar e quanto a merenda e o transporte, será feito o que for possível, até pedir ajuda para o Governo do Estado", disse.

O cacique da Aldeia Bananal, Célio Fialho, disse em entrevista ao Diário Digital que se o acordo não for cumprido, lideranças e trabalhadores em educação das escolas indígenas, retornarão à prefeitura. "Estamos cobrando os direitos dos nossos trabalhadores na área da educação, são praticamente quatro meses sem receber os salários. Também queremos a melhoria das condições de transporte dos nossos alunos, merenda escolar de péssima qualidade que está sendo oferecida nas nossas escolas indígenas, a estrutura física dos prédios, quatro anos sem reparos praticamente, não tem bebedouros, alunos tomando água em baldes, sem a mínima condição de estrutura digna para essas crianças estudarem.

Esperamos que a administração municipal cumpra com o que prometeu, porque se não cumprir iremos voltar e buscar os meios legais até que se possa cumprir as nossas reivindicações e os nossos direitos. Não estamos na época de escravidão para trabalhar e não receber", disse.

Os trabalhadores também estranharam o forte aparato policial no local. "Fomos recebidos por policiais militares, isso não era necessário, não somos bandidos, queremos receber, trabalhamos pra isso, chegamos ao nosso extremo, não queremos mais desculpas, as contas estão atrasadas, não temos a quem recorrer e ainda colocam a polícia para nos constranger?", disse indignada a professora indígena Sonia Batista. O Tenente Reche, do 7º Batalhão da Polícia Militar de Aquidauana, responsável pelas equipes policiais no local, disse que estavam primando pela segurança e integridade de todos e não só do prefeito e servidores municipais.