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Ações sociais marcam dois meses de greve na Rede Municipal de Dourados

A greve dos professores e administrativos da Rede Municipal de Ensino de Dourados (MS) completou dois meses nesta terça-feira (23). Uma das mais longas paralisações da história do município se destaca pela mobilização da categoria em atividades desenvolvidas nas comunidades.

O SIMTED, além de lutar por um ensino público gratuito e de qualidade, tem levado informação e descontração em suas mobilizações, em contato com a população douradense.

Na Reserva Indígena, as escolas também aderiram à greve e o movimento cobrou melhorias na Educação Indígena, como investimentos em infraestrutura, melhores salários e concurso público específico.

Tentativa de diálogo

A paralisação dos Educadores teve início no dia 23 de junho. Desde lá, o movimento grevista tentou por diversas vezes dialogar com a administração municipal. Várias manifestações foram realizadas no CAM (Centro Administrativo Municipal).

Os trabalhadores e trabalhadoras também cobraram uma postura fiscalizadora por parte da Câmara de Vereadores. Mobilizações foram realizadas no plenário e em frente ao legislativo, para que fosse instaurada uma CPI da Educação no município.

Em reuniões com a Comissão da Educação e presidência legislativa, a categoria buscou ser ouvida, questionando a aplicação dos recursos no ensino e tentando iniciar uma negociação com o executivo.

Movimento ganha as ruas

O movimento grevista ganhou as ruas. No dia 26 de junho, esteve na Praça Antônio protestando durante a passagem da Tocha Olímpica por Dourados. Na praça, os educadores estiveram por diversas vezes, panfletando e discursando sobre os motivos da paralisação.

No dia 06 de julho, uma linda manifestação pelas ruas do centro de Dourados recebeu o apoio da população. Com faixas, cartazes e discursando sobre o sucateamento do ensino público, centenas de professores e administrativos deram o recado durante a caminhada.

O "Arraiá da Democracia" foi realizado na sede do SIMTED, no dia 15 de julho, proporcionando uma bela confraternização da Educação. No dia 20, o movimento paredista esteve encampando uma campanha de doação de sangue na cidade. Dezenas de membros da categoria estiveram no Hemocentro de Dourados para contribuir com a ação solidária.

As ações de greve também aconteceram no Terminal de Transbordo e na Feire Livre da Rua Cuiabá. Panfletagens, cartazes e esclarecimentos sobre a paralisação deixaram a população preocupada com a precariedade e o descaso com a Educação no município. Diversos frequentadores da feira demonstraram apoio aos educadores.

Ações Sociais

O SIMTED também levou as ações sociais para diversos bairros da cidade e ao Distrito de Vila Formosa. O sindicato possibilitou acesso à informação, com debates sobre temas importantes para toda a população e proporcionou diversão para as crianças.

Em conversa com pais de alunos e moradores de diversas regiões do município, a categoria tratou dos motivos da greve, como o não cumprimento das leis da Educação para o grupo administrativo e o Magistério.

As ações sociais do SIMTED foram realizadas no Parque Rego D’água, no Parque das Nações II, no Jardim dos Estados, no Distrito de Vila Formosa e no Jardim Canaã III e no Parque do Lago. As crianças tiveram à disposição brinquedos pula-pula, pintura corporal, pipoca, algodão doce, balões, pirulitos e balas.

O movimento grevista explicou aos pais e mães de alunos e moradores das comunidades que os professores e professoras reivindicam o cumprimento do Piso de 20 horas. Já o administrativo não tem reposição da inflação há dois anos e, alguns, recebem abaixo do salário mínimo. Os sindicalistas também trataram dos vários projetos de leis que tramitam no Congresso Nacional e atacam direitos sociais e trabalhistas, como a PLP 257/2016.

A população em geral está ameaçada com cortes na Educação e Saúde, congelamentos de salários, aumento da idade mínima para a aposentadoria, terceirização entre outros prejuízos para trabalhadores e trabalhadoras.

No dia 16 de agosto, o SIMTED esteve em Campo Grande em um ato da Paralisação Nacional contra a retirada de direitos. Os educadores participaram de uma passeata no centro da capital e de uma audiência Pública para tratar da PL 257.

O movimento grevista continua mobilizado em torno das pautas pela Educação e garantia dos direitos sociais e trabalhistas, levando informação à toda população douradense, sempre com debates e muita descontração, lutando por um ensino público, gratuito e de qualidade.